2º DOMINGO DO TEMPO PASCAL – ANO C
“Exultai com a
glória da vossa vocação dando graças a Deus, que vos chamou ao seu reino,
aleluia!” (Antífona de entrada)
Leituras: At
5, 12-16; Sl 117 (118); Ap 1, 9-11ª.12-13.17-19; Jo 20, 19-31
A referência ao batismo e à
iniciação cristã se faz presente também em outros momentos da celebração, com
na oração do dia (“Ó Deus de eterna misericórdia, que reacendeis a fé do vosso
povo na renovação da festa pascal, aumentai a graça que nos destes. E fazei que
compreendamos melhor o batismo que nos lavou, o espírito que nos deu nova vida,
e o sangue que nos redimiu”) e na oração sobre as oferendas: “Acolhei, ó Deus,
as oferendas do vosso povo e dos que renasceram nesta Páscoa, para que,
renovados pela profissão de fé e pelo batismo, consigamos a eterna felicidade”.
Nessas orações vemos a preocupação
maternal da Igreja pelos seus novos filhos, recém-batizados.
As leituras do dia nos oferecem ainda
a visão da Igreja nascente. Em Atos, os “muitos sinais e maravilhas” que os
apóstolos realizavam em meio ao povo nos remetem diretamente ao contexto
pascal. No Antigo Testamento, por exemplo, falar de “sinais e maravilhas” é,
por vezes, relembrar a ação por excelência de Deus na vida do povo eleito: o
Êxodo; a libertação da escravidão operada diretamente por Deus.
A Igreja nascente se apresenta portanto
como a realização de todas as esperanças e de todas as aspirações do povo, do
momento que o fruto da Páscoa de Cristo, à saber, o envio do Espírito Santo, transformou
radicalmente a comunidade, abrindo definitivamente e realizando de uma vez por
todas o culto agradável a Deus e a plena santificação dos homens.
De fato, é nessa linha que o livro
do Apocalipse nos apresentará a visão da Igreja celeste: uma eterna celebração
diante do Deus da vida que esteve “morto, mas agora está vivo para sempre” (cf.
segunda leitura).
No evangelho, a comunidade
apostólica reunida à portas fechadas experimenta o grande medo da morte. É
preciso que o Ressuscitado tome o centro da sala para que toda a comunidade
reflita a sua luz e experimente a alegria do reencontro, a alegria de recobrar
todo o sentido.
São
Tomé, que não esteve presente junto com os outros discípulos permanecerá
fechado, como a própria comunidade antes de encontrar-se com o Ressuscitado.
Será
necessária a visão desse mesmo Ressuscitado para que as trevas da dúvida sejam
dissipadas. Curiosamente, Tomé só pôde encontrar Jesus Ressuscitado no seio da
comunidade. Isso nos leva a uma pergunta: onde podemos fazer a experiência de
encontrar o Ressuscitado hoje? Será que nossa comunidade reunida tem o Cristo
Ressuscitado em seu centro, ou estará dominada por vários medos e “fechada” em
si mesma?
O
Senhor nos convida fortemente a acreditar nele, a superar nossas limitações e
fazer experiência da sua “divina misericórdia”, como bem lembrou o Beato Papa
João Paulo II, ao dedicar este domingo à Divina Misericórdia.
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