
A escolha talvez tenha sido pela previsão que ele tinha de viajar por muitas cidades. Tendo consigo os instrumentos da profissão era mais fácil conseguir um trabalho temporário junto aos artesãos do mercado, em qualquer cidade onde ele chegasse. Um fabricante de tendas precisava ter uma oficina e se instalar em um lugar.
Durante suas viagens missionárias, ao chegar em uma cidade, o Apóstolo Paulo, com certeza dirigia-se ao mercado à procura de trabalho nas oficinas dos fabricantes de tendas e toldos. Com sua pequena faca, furadores e agulhas, ele aceitava qualquer trabalho disponível e fazia sandálias, bolsas, cintos, arreios para animais, odres para vinho e todo tipo de pequenos objetos de couro, úteis e necessários. Por isso ele tinha as mãos calejadas, grossas, cheias de cicatrizes e com unhas mal-cuidadas, conforme falamos no início: As mãos calejadas do doutor.
Na aparência, ele em nada se distinguia dos mais excluídos que circulavam pelo mercado. Ninguém imaginaria que ele fosse um doutor, um professor da Lei. Isso faz lembrar o relato dos Atos dos Apóstolos 20, 33-35: Uma vez, já com quase 60 anos de idade, Paulo mostrou as mãos calejadas aos cristãos de Mileto e disse: “Vocês sabem que eu trabalhei com estas minhas mãos e consegui tudo o que eu e os meus companheiros precisávamos”.
A expressão: “com estas minhas mãos” faz a gente imaginar Paulo estendendo as mãos calejadas e mostrando as marcas e cicatrizes.
Ir. Maria Inês Carniato, fsp
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